A expansão da Internet e a popularização dos dispositivos móveis causou impacto no mercado financeiro e na vida das pessoas, pois permitiu que um grande volume participasse do ambiente virtual. Só no Brasil, 69% dos brasileiros tinham acesso à web, em 2017. Para atender a esse público, muitos ativos foram adaptados à web e outros surgiram nesse meio, permitindo o investimento online.
Nesse mesmo ano (2017), 42% da população mantinha algum saldo em soluções de investimento, enquanto apenas 9% aplicaram algo. Os dados são do estudo “Raio x do investidor brasileiro”, edição 2018, feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA).
Com base nesse cenário, dá para perceber que há um grande potencial de público brasileiro que pode começar a investir. No entanto, é preciso conhecer bem os ativos disponíveis via web. Se você deseja isso, aproveite para conferir, a seguir, uma lista que montamos com alguns dos principais!
Ações da Bolsa de Valores
As ações negociadas na Bolsa de Valores são um tipo de investimento de renda variável, que costuma atrair pessoas interessadas em ganhos maiores. No entanto, os riscos desse ativo também tendem a ser maiores do que em outras modalidades. Existem dois tipos: Ações Ordinárias Nominativas (ONs) e Ações Preferenciais Nominativas (PNs).
As do primeiro grupo concedem direito a voto nas assembleias das organizações que as emitem. Quem as adquire também recebe parte dos resultados do negócio, ou seja, da distribuição de lucros ou dividendos, conforme sua participação em número de ações.
Os títulos do segundo grupo dão a seus investidores direitos preferenciais na hora de se repartir os resultados da empresa, ou seja, seu lucro. Todavia, não dão direito a voto nas assembleias.
Formas de adquirir ações
Para investir em ações, é necessário se cadastrar em uma entidade autorizada (corretora) a negociar esses ativos na bolsa, ou seja, credenciada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Após o cadastro, ela abrirá uma conta para o investidor na bolsa de valores para que comece a comprar e vender esses papéis.
Vale destacar que há diferentes formas de adquirir ações. Uma maneira é por meio de fundos de investimentos, em que cada investidor obtém uma cota correspondente à porcentagem da totalidade de papéis que o fundo tem. Quem o administra precisa ser um gestor certificado pela CVM.
Também é possível montar um clube de investimentos com outras pessoas, com no mínimo 3 e no máximo 50, para comprarem ações em conjunto. Se preferir, você pode começar a investir de forma individual, emitindo ordens de compra e de venda para sua corretora, que fará esses processos.
Isso pode ser feito pessoalmente, por telefone/e-mail com operadores dela ou pelo Home Broker. Essa é uma plataforma que possibilita a negociação de ações via internet.
Fundos imobiliários
O Fundo de Investimento Imobiliário (FII) é focado na venda e na compra de ativos do mercado imobiliário, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras Hipotecárias, imóveis prontos etc.
Os fundos imobiliários são administrados por profissionais especializados, que trabalham representando os cotistas — que também podem participar das decisões nas assembleias. Há diferentes categorias de FIIs, como:
- renda — buscam a rentabilização, para o investidor, por meio da distribuição de rendimentos com periodicidade. Podem adquirir móveis, que serão locados. O dinheiro do aluguel é dividido entre seus cotistas;
- desenvolvimento — os valores disponíveis para aplicações serão empregados no desenvolvimento de um projeto imobiliário, como a construção de uma obra. O fundo busca ganhos com a valorização do empreendimento, que será colocado a venda. É possível virar um FII de renda, ao locar o imóvel;
- títulos do mercado imobiliário — têm o propósito de investir em títulos, direcionando seus recursos para Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Letras Hipotecárias (LHs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) etc. Também aplicam em cotas de outros FIIs e em ações do segmento imobiliário.
Formas de adquirir cotas de FIIs
As cotas de participação em Fundos de Investimento Imobiliário são negociadas na Bolsa de Valores, com o intermédio de corretoras. Portanto, para investir nessa modalidade, é preciso abrir uma conta em uma entidade do tipo.
Vale destacar que a rentabilidade das cotas está atrelada ao mercado imobiliário e também depende do tipo de fundo. Se for de renda, os ganhos provêm, por exemplo, de aluguéis. Se for de títulos do mercado imobiliário, os rendimentos estarão relacionados aos títulos adquiridos.
No caso dos fundos de desenvolvimento, entre a aplicação e o lançamento ou as vendas das unidades, o imóvel não gera rendimento. Dependendo do incorporador do empreendimento, é possível que o Fundo Imobiliário receba uma “renda garantida” por um tempo determinado. Isso para tornar esse FII mais atrativo às pessoas.
Peer-to-peer lending (P2P)
O peer-to-peer lending é um investimento de economia colaborativa, que integra os ativos de renda fixa. Ele envolve a oferta de crédito por quem tem recursos (investidor) para quem precisa de capital, ou seja, está em busca de empréstimo ou financiamento.
O empréstimo peer-to-peer abre a possibilidade de que pessoas físicas (PFs) e pessoas jurídicas (PJs) ofereçam quantias para organizações investirem em suas operações. Isso para que possam expandir suas operações, contratar colaboradores, adquirir equipamentos etc.
Uma vez que oferecem menos risco, os juros pagos costumam ser menores do que outras opções tradicionais, mas o ganho costuma ser superior a algumas alternativas convencionais, como a Poupança, Tesouro direto ou CDBs de bancos. Além disso, o investidor recebe mensalmente um retorno à medida que o tomador do crédito quita suas parcelas. Portanto, há muitas vantagens nesta forma de investimento.
Há também um impacto social positivo nessa modalidade, pois possibilita que empreendedores captem recursos para manterem suas empresas ativas ou para expandirem suas atividades, enquanto geram empregos.
Forma de investir no P2P
O investimento nessa modalidade pode ser realizado por intermédio de uma plataforma virtual, gerida por uma organização. Ela estabelece as regras para cadastro, captação e investimento entre os participantes. Também pode fornecer garantias reais para tornar a atividade mais segura.
Para escolher um investimento online, lembre-se de estudar atentamente as opções disponíveis e avalie outros fatores, como seu perfil de investidor, os retornos das aplicações e o suporte oferecido pela empresa que faz a intermediação do processo (corretora, plataforma, banco etc.). Dessa forma, poderá investir com maior segurança e confiança.
Que tal aprender um pouco mais sobre o peer-to-peer lending? Confira um artigo especial que montamos com o que você precisa considerar ao investir nessa modalidade!